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Blog da Athenas

Por: Equipe Athenas Agrícola 27/02/2020

Doenças da cana: mosaico e suas consequências para a cultura da cana

Doenças da cana: mosaico e suas consequências para a cultura da cana

 

Uma das principais enfermidades que acometem os plantios de cana-de-açúcar no mundo é a doença do mosaico, causada pelo Sugarcane Mosaic Virus (SCMV).

De acordo com a Agência Embrapa de Informação Tecnológica, até o momento, foram identificados 14 tipos do vírus do mosaico que foram denominados pelas letras de A a N, e as consequências para as culturas da cana podem variar conforme a linhagem.

No Brasil, maior produtor de cana-de-açúcar no mundo e, também, o maior exportador de produtos derivados, como o açúcar e o etanol, o tipo mais comum do vírus é o B. Porém, a doença do mosaico afeta igualmente os outros principais países produtores de cana-de-açúcar do mundo.

Características da doença do mosaico

Estima-se que a doença do mosaico na cana-de-açúcar tenha ressurgido com outras variações, a partir da década de 1930, devido às tentativas de sua erradicação na década anterior.

Existem quatro espécies diferentes de potyvirus, da família Potyviridae, que são o Sugarcane Mosaic Virus (SCMV), Maize Dwart Mosaic Virus (MDMV), Johnsongrass Mosaic Virus (JGMV) e Sorghum Mosaic Virus (SrMV).

Esses vírus têm como vetores mais de vinte espécies de afídeos que, ao se alimentarem, passam a infectar as plantas, podendo durar por vários dias. Essa transmissão também pode acontecer pelos ferimentos das folhas.

Consequências da doença do mosaico

Os sintomas podem variar, de acordo com o tipo e condições de plantio da cana, como a fertilidade do solo, se há a proliferação de outras doenças e a localização da fonte do vírus.

Geralmente, seu crescimento é significativamente prejudicado, principalmente quando se trata do início da infecção.

As folhagens, nesse estágio, apresentam pontos cloróticos em linha, normalmente na sua base, podendo aparecer na área central, que evoluem ao longo da sua extensão, formando uma espécie de mosaico.

Com o passar do tempo, essas consequências nas folhas podem piorar. Em alguns casos, essas manifestações podem vir acompanhadas de variados graus de necrose foliar, como também listras e estrias nos colmos e encolhimento dos entrenós, alterando suas características morfológicas com atrofiamento severo ou esterilidade.

Como combater a doença do mosaico

A principal medida para evitar a infecção do plantio é investir em mudas sadias e variedades resistentes já que, dessa forma, são impedidos o inóculo de patógenos e possível disseminação do vírus.

Recorrem-se também às ações de cultura de meristema apical e a termoterapia, a fim de recuperar materiais contaminados.

O pesquisador científico do Instituto Biológico, Marcos C. Gonçalves, alerta para a importância de reforçar os cuidados básicos dos agricultores, como a operação de “roguing” nas plantações.

Também aponta o uso da engenharia genética, por meio da aplicação de transgenes, provenientes do patógeno, a fim de garantir a resistência em clones elite, e que já realiza testes com resultados animadores, com a possibilidade de usufruirmos num futuro próximo.

Como medidas preventivas, também se destacam o cuidado com cultivo da cana próximo a plantas doentes, assim como a plantações de milho e sorgo, que podem ser alvo de pulgões e do vírus do mosaico, além do controle de ervas daninhas hospedeiras.

 

Se você quer saber mais sobre doenças que podem acometer a cana, dê uma olhada em nosso blog: já falamos sobre nematoides e escaldadura!

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